Especialistas recomendam medidas para condomínios
Evitar ao máximo a disseminação do coronavírus é hoje uma grande preocupação de toda a população brasileira
Em Santa Catarina, o governo estadual e as prefeituras anunciaram diversas medidas para tentar conter a transmissão do COVID-19. Para quem vive em edifícios e condomínios, onde espaços são compartilhados e a circulação de pessoas é maior, houve uma mudança drástica na rotina de moradores e colaboradores. Síndicos e administradoras de condomínios tiveram que adotar ações emergenciais e específicas como isolar áreas comuns, redobrar os cuidados na limpeza, desinfetar pontos de acesso e estimular a solidariedade entre vizinhos. O Síndicos Planning buscou síndicos, administradoras e especialistas da área da saúde, segurança e terceirização de serviços para passarem orientações específicas para os condomínios.
Sócia-proprietária da Liderança Administradora de Condomínios e Coordenadora do Núcleo de Administradoras de Condomínios – CRA-SC, Neusa Maria Tribeck relata que os condomínios tiveram que se preparar e se adequar muito rapidamente para viver esse momento de isolamento. “A medida foi muito repentina e atingiu serviços essenciais de edifícios e condomínios, como portaria, zeladoria e limpeza. Em alguns casos foi imprescindível dispensar equipes, em outros foi possível se organizar para manter os serviços básicos em funcionamento”, conta.
Neusa ressalta que organizar o quadro funcional foi uma das grandes dificuldades para os administradores de condomínios.
“Tivemos casos em que o funcionário manifestou sintomas gripais, alguns não tinham com quem deixar os filhos, outros não tinham como se locomover pela falta de ônibus. Isso levou os síndicos de cada condomínio a estabelecer algumas rotinas para viver esse momento com o mínimo de transtorno possível”
Daniela Cunha, síndica profissional com 14 anos de experiência e proprietária da empresa Condomínium, de Florianópolis, que administra 15 condomínios, concorda que no primeiro momento o maior entrave foi em relação ao quadro de funcionários. “Naquela situação, gostaríamos de dispensar todo mundo, mas diante da realidade, deixar os condomínios sozinhos colocaria em risco os moradores. Administramos a situação de forma que os funcionários que não puderam ser dispensados, tivessem a saúde e bem-estar preservados”, comenta.
Equipes de limpeza
Sobre a dispensa de funcionários em condomínios, Osmar Viviani, que há 20 anos atua como consultor do Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação e Serviços Terceirizados (SEAC-SC), pondera que não é recomendável reduzir equipes de limpeza. “Se restringir a equipe vai diminuir também a frequência da limpeza, e aí se cria um outro problema. Um exemplo é que em muitos condomínios há um carrinho para carregar compras. A pessoa chega, coloca os produtos no carrinho, leva para o seu apartamento, e depois que é devolvido, ninguém lembra de higienizá-lo. Tem que haver esse cuidado. E não se pode confundir essa prerrogativa de criar contingenciamento de emergência com redução de custos, não é hora de pensar em reduzir despesas”, avalia.
Viviani alerta que é comum os condomínios esquecerem de vários detalhes, mas que agora o esquecimento não pode ser uma desculpa. Pelo contrário, é uma questão obrigatória pensar em absolutamente tudo. “Além de todos os ambientes e áreas de contato, desde elevador, pisos até interfones das áreas úteis, tudo deve ser limpo com água e sabão. É importantíssimo também que os funcionários mantenham os equipamentos de limpeza muito limpos. Todos os dias, no final do turno de trabalho, é obrigação deles deixar tudo limpo para que não haja contaminação de um ambiente para outro”, destaca.
O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é uma ferramenta valiosa para resguardar os funcionários durante a limpeza e a coleta de lixo.
“O uso de botas de borracha é importante em qualquer operação de lavagem, bem como luvas e uniforme. É comum vermos em Santa Catarina, muitas vezes justificado pelo calor, as pessoas trabalharem no serviço de limpeza usando bermuda e chinelo. Mas o uniforme, além de proteger o funcionário, evita a disseminação bacteriana. Em qualquer circunstância deve ser rotina o uso de EPIs, está fundamentado em lei. Agora, em função do coronavírus, por solicitação da Anvisa é exigido também o uso de máscaras. No descarte do lixo devem ser usadas luvas adequadas e as máscaras”, Osmar Viviani.
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