Segurança privada registra 571 mil postos de trabalho
Dado faz parte do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta quinta-feira (24)
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (24), apontam que, em maio, existiam 571.158 vigilantes em atividade, um aumento de 10% nos cinco primeiros meses de 2025. Desse total, 546.433 estão empregados em empresas especializadas de segurança privada. O restante, 24.725, está nas empresas orgânicas, que são companhias, indústrias e comércios que optam por realizar a própria segurança, seguindo a legislação e as regras impostas pela Polícia Federal (PF).
Em dezembro de 2024, segundo informações da PF, órgão que regulamenta e fiscaliza a atividade, as quais foram compiladas pelo Departamento de Estatística da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist) para o anuário, existiam 519.095 vigilantes atuando em todo o Brasil.
Mesmo se for adotado o recorte de 12 meses, o aumento no número de trabalhadores é significativo. Em maio de 2024, 530.194 vigilantes estavam empregados no Brasil. Considerando os atuais 571.158, o acréscimo no número de profissionais foi de mais de 7%.
A participação feminina voltou a apresentar leve crescimento. Agora, elas representam 15% do total de vigilantes em atividade, de acordo com dados da RAIS do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Os dados do anuário mostram ainda que existem cerca de 200 mil vigilantes aptos a exercer a profissão à espera de uma oportunidade. Segundo a Polícia Federal, 765.942 pessoas estão com o curso de formação atualizado. Em maio de 2024, eram de 799.117.
Número de Empresas
Os dados apontam para uma estabilidade no número de empresas autorizadas a funcionar pela Polícia Federal. Atualmente, são 4.770, das quais 2.899 especializadas e 1.871 orgânicas. Em dezembro de 2024, eram 4.764 empresas: 2.875 especializadas e 1.889 orgânicas.
O número de cursos de formação e aperfeiçoamento de vigilantes também se manteve praticamente igual. Em abril deste ano, 361 escolas estavam autorizadas a funcionar. Em maio do 2024, eram 356.
Veículos
Com a utilização cada vez maior de pagamentos por meios digitais, como pix e cartões, a circulação de dinheiro em espécie tem caído ano após ano. Esse pode ser um dos motivos para a redução no número de carros-fortes, que passou de 4.236, em maio do ano passado, para 4.031 no mesmo período de 2025.
Por sua vez, o número de veículos de escolta armada se manteve próximo, passando de 3.873 para 3.765 em doze meses.
Os veículos leves também tiveram uma leve queda. Eram 892, em maio de 2024. Agora, somam 755.
Ao analisar os dados, o presidente da Fenavist, Jeferson Nazário, afirma que eles refletem o esforço de todo o setor, que não esmoreceu diante dos vários desafios dos últimos anos. “Tivemos determinação e resiliência para enfrentar as crises econômicas e até mesmo uma pandemia mundial. Vimos os números de postos de trabalho caírem vertiginosamente durante um longo período dessa caminhada. Felizmente, estamos começando a voltar aos trilhos”.
Nazário ainda é cauteloso em relacionar o resultado nos últimos meses diretamente à entrada em vigor da Lei nº 14.967/24, em setembro do ano passado. Segundo ele, o novo Estatuto da Segurança Privada pode ter sido um dos fatores, mas um impacto mais robusto dever vir nos próximos anos.
“São poucos meses em vigor. Ainda falta a publicação do decreto regulamentador, por isso ainda é cedo para se fazer qualquer análise mais profunda dos efeitos imediatos. Essa norma detalhará o modo como os diversos agentes do setor devem se comportar e operar dentro dos parâmetros estabelecidos pela nova lei. Embora o Estatuto já esteja em vigor, muitas de suas disposições ainda não podem ser aplicadas ou colocadas em prática sem essa regulamentação. No entanto, não dá para negar que algumas estatísticas apontam para um cenário de avanços”, explica o presidente da Fenavist.
Para mais informações acesse: https://fenavist.org.br/wp-content/uploads/2025/07/ANUARIO-BRASILEIRO-DE-SEGURANCA-PUBLICA_PARTE-VI_SEGRUANCAPRIVADA_240725.pdf