01/02/2013

Tragédia anunciada - um desabafo

TRAGÉDIA ANUNCIADA – UM DESABAFO

 

Depois da tragédia todos têm a solução para evita-la e sabem exatamente o que deveriam fazer.

 

Saídas de emergência, sinalização de rotas de fuga, sistema de exaustão, equipamentos de combate a incêndios dimensionados de forma adequada, profissionais de segurança devidamente preparados para o gerenciamento de crise, bombeiros civis e outras tantas medidas necessárias para evitar a tragédia deveriam ter sido implantadas. Não o foram e vidas foram ceifadas.

 

Até quando será necessário acontecer um evento crítico, ele se tornar uma crise e a crise gerar uma tragédia, para que sejam implantadas medidas simples para a proteção da vida.

 

O incêndio da boate de Santa Maria (27/01/2013) marca tragicamente o início de 2013, ano que também será marcado pelo inicio dos grandes eventos no Brasil. Dai me vem a pergunta: Estamos prontos para receber e gerenciar grandes eventos? Temos locais adequadamente preparados para comportar aglomeração de milhares de pessoas? E se não as temos haverá tempo hábil para preparar estes locais?

 

Estariam os organizadores de eventos cientes de sua responsabilidade civil e criminal se, porventura o evento crítico se tornar uma tragédia? Qual o investimento adequado para a proteção de vidas humanas? Qual o grau de treinamento que o profissional de segurança precisa ter para agir no gerenciamento de crise?

 

Imediatamente após a tragédia, especialistas em segurança vão a público dizer dos recursos e medidas necessárias para que não aconteça o pior. Lamentavelmente os especialistas não foram consultados antes. Todos, especialistas ou não, concordam quanto à importância da brigada de incêndio. Mas porque existe tanta dificuldade em treinar uma brigada de emergência? O que dizer a uma mãe que é obrigada a ver duas centenas de corpos para buscar identificar sua filha, morta em um incêndio criminoso?

 

Agora, quem sabe, nossos legisladores tão logo voltem de suas férias de verão, pensem em escrever uma lei que abranja todo o território nacional, que defina claramente quais as condições mínimas exigidas para autorizar o funcionamento de casas de shows, boates, centros de eventos e assemelhados e que principalmente deixe de lado o ego e o interesse pessoal de alguns para pensar no bem estar de todos.

 

Não se pode mais esperar que tragédias maiores aconteçam para adotar medidas preventivas.

 

A propósito eu também tenho uma solução: Puna-se de forma exemplar aquele que deveria dizer o que fazer – e não disse. O que deveria fiscalizar – e foi omisso. E o que deveria fazer – e não fez.

 

Sem recursos, sem o pagamento de fiança, sem desculpas.